Foi em um período difícil, que a cozinheira inglesa Julie Jones começou a se dedicar às tortas. Sua mãe acabara de ser diagnosticada com demência severa e era preciso se voltar mais para dentro de casa, valorizar cada minuto junto, acalmar a mente e se acostumar a uma nova realidade, que lhe forçou a adiar temporariamente alguns planos e sonhos. Soa familiar?

“Comecei a cozinhar com ela. Era terapêutico. E a liberdade criativa e artística que as tortas me proporcionavam trazia conforto extra. Principalmente quando me dedicava a criar algo bonito para os topos ajudava a me distrair do que estava acontecendo”, conta Julie. Quatro anos após essa fase, ela se vê novamente com o tempo suspenso – agora por conta do Coronavírus –, mas com ao menos uma boa notícia, o livro recém-lançado “The Pastry School”, totalmente voltado à preparação de tortas. “Há inúmeras possibilidades nesse universo e você pode soltar a imaginação”, estimula ela.

Mas antes de começar a criar é importante conhecer bem os três elementos que fazem de uma torta, uma torta. Independente se com o topo coberto (o que caracterizaria uma pie, em inglês) ou as chamadas tarts, rasas e sem massa por cima, que lembram as quiches francesas. Ainda que alguns bolos mais densos, como a Sacher Torte, também recebam essa denominação. Assim, fica combinado que, aqui, vamos tratar por torta toda preparação que combine base de massa (mais ou menos crocante), recheio (doce, salgado, macio ou denso) e cobertura (seja esta apenas uma nuvem de cacau em pó, frutas ou mais uma camada de massa).