


Os novos rumos da confeitaria brasileira
Para onde vai a nossa confeitaria? Foi essa pergunta que permeou a mesa redonda mediada por Lúcia Soares na terceira edição do Compartir em setembro de 2018.
por Lucia Soares
No contemporâneo, também chamado de pós-modernidade, o contexto cultural mundial se caracteriza pela globalização, com a mundialização da economia e a diluição das barreiras entre as nações, e, consequentemente, pela fragmentação e pulverização das identidades culturais. Perdemos o sentido de pertencimento e passamos a ser cidadãos do mundo, enquanto o que é nosso fica mergulhado no esquecimento. E, como não poderia deixar de ser, a confeitaria brasileira também padece, hoje, desse mal.
Passamos a desvalorizar cada vez mais a nossa cultura, em detrimento da cultura estrangeira. O desinteresse pelo que é nosso levou-nos à ignorância sobre tesouros tão nossos, como a própria biodiversidade brasileira que tanto deslumbra os estrangeiros. O caso do desprezado cumaru e da desejada fava tonka é um exemplo muito significativo. Relíquias, como o nosso receituário, estão virando patrimônio imaterial (intangível) para não se perderem.
Desse modo, proponho, em primeiro lugar, um mergulho profundo em nossas raízes. Os novos rumos da Confeitaria Brasileira que vislumbro dependem de uma conscientização de nossa confeitaria como um bem cultural. Além do mais, a cadeia plantar-cozinhar-comer movimenta a economia local. Assim, sugiro a formação de grupos de estudo que pesquisem, profundamente, nossos biomas e façam também um levantamento criterioso das receitas, em livros e outros registros, conectadas com esses ingredientes para, então, atualizá-las. Precisamos aprender a ter orgulho da confeitaria brasileira, e conhecê-la muito bem para difundi-la, pois, comer é pertencer!
foto: Lúcia Soares durante a mesa redonda sobre Os novos rumos da Confeitaria na terceira edição do Compartir.
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